Historico

A área de materiais magnéticos da Universidade Federal de Santa Catarina remonta a sua origem a partir de 1987, quando se iniciou, sob a liderança do Prof. Aloísio Nelmo Klein, no âmbito da Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, os primeiros trabalhos exploratórios visando o domínio da síntese e processamento, via técnicas da metalurgia do pó, dos recém-lançados no mercado, ímãs de terras-raras. Tratavam-se basicamente de compostos à base de terras-raras e metais de transição, a partir dos quais produziam-se ímãs com densidades de energia na ordem de 450 kJ/m³, em torno de dez vezes o valor das tradicionais ferritas. Por isso, esses eram tratados como “super ímãs”. Os trabalhos de desenvolvimento à época contaram com o apoio da empresa WEG Motores S.A. sob a liderança do engenheiro Moacyr Rogério Sens e de programas de apoio financiados junto ao CNPq. Além disso, o então chamado Laboratório de Materiais contou também com o suporte do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, IPEN, o qual tinha o domínio de tecnologia de extração e separação de óxidos de terras-raras (Sm2O3 e Nd2O3), “ingredientes” essenciais para a fabricação dos referidos ímãs.

A partir dessa iniciativa foram formados três mestres na área de materiais magnéticos, envolvidos com o processamento e caracterização de ímãs à base de terras-raras. Os avanços na área eram crescentes e detectou-se a necessidade de maior interdisciplinaridade, em especial com pesquisadores da área de física do estado sólido, o que culminou com a integração do Prof. Abio Valeriano de Andrades Pinto e do Prof. Ted Ray Taylor para consolidar o grupo de materiais magnéticos do LabMat (Laboratório de Materiais). Essa iniciativa permitiu ao grupo consolidar a estrutura de caracterização de ímãs, viabilizada pela aquisição de um magnetômetro de amostra vibrante.

Em 1996, com a finalização de seu doutoramento na Universidade Técnica de Dresden (Alemanha) e, mais tarde (1999), com o seu ingresso como Professor Adjunto no Departamento de Engenharia Mecânica, o Prof. Paulo Antônio Pereira Wendhausen associou-se ao LabMat, para então, sob a liderança do Prof. Aloísio Nelmo Klein, responsabilizar-se pelas atividades envolvendo o desenvolvimento e caracterização de materiais magnéticos fabricados a partir de pó.

Neste contexto, foram iniciados diversos projetos de cooperação, muitos voltados para a área de metalurgia do pó para a fabricação de ímãs permanentes, os quais culminaram no fortalecimento da infraestrutura de processamento e caracterização de materiais magnéticos, constituindo-se assim, em 2008, o Grupo de Materiais Magnéticos. Finalmente, após a consolidação de diversos projetos de parceria junto a instituições de ensino e pesquisa (como IPT, CDTN e CETEM), empresas (como WEG, NIDEC e ICON) e órgãos de fomento (como BNDES, Finep e FAPESC), e após a adequação e atualização de sua infraestrutura, agora voltada para o processamento e caracterização de ímãs permanentes, em 2022 o Grupo de Materiais Magnéticos se tornou o Laboratório de Materiais Magnéticos (MAGMA), integrando assim o CTC da UFSC.